segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Uma suposta "Cronologia de Invenção do Cristianismo"

Pesquisando na internet sobre assuntos que serão tema de futuras postagens deste blog, se Deus assim permitir, encontrei um texto intitulado "Cronologia da invenção do Cristianismo":
http://ateupraticante.blogspot.com/2007/06/cronologia-da-inveno-dos-cristianismo.html

A idéia deste post é elencar as outras ocorrências recentes e anteriores ao cristianismo e que contribuiram para a sua criação.

Lendo as tais ocorrências, pude notar certos erros históricos que comprometem a argumentação de "invenção" do cristianismo, e que estarei listando aqui.

400 A.C. - Platão, discípulo de Sócrates, escreve sobre o mundo das idéias (mundo espiritual onde tudo é perfeito) na "Alegoria da Caverna", no seu livro "A República".

Até aqui, tudo certo.

300 A.C. - Inspirados na obra anterior, os filósofos Cínicos da Grécia criam o conceito de que a virtude é mais importante que o prazer. Alexandre o Grande inicia suas conquistas e espalha pelo mundo antigo a filosofia grega.

Bem, mais ou menos. Os Cínicos idealizavam uma vida sem nada do que era supérfluo, ou seja, o retorno ao estado natural das coisas, sem se preocupar com reconhecimento social, bens materiais e até mesmo preocupações excessivas com saúde e alimentação. Para os Cínicos, as paixões (desejos) eram nocivos e devia-se buscar viver com o mínimo possível. Este estado de vida em que só se tem o necessário era chamado pelos cínicos de autarquia. Além de seu estilo de vida paupérrimo, viviam imersos em cosmopolitismo, i.e., recusavam as convenções e leis de seu tempo para adotar valores próprios -- por isso muitos Cínicos conviviam com pessoas malvistas pela sociedade grega antiga. [1] O mais famoso cínico foi Diógenes de Sínope, que vivia num barril, cercado de lixo, vestindo somente uma túnica e comendo usando as mãos.[2] Quando abordado por um filósofo que negava a realidade do movimento, Diógenes simplesmente começou a andar -- uma clara influência dos ensinamentos de seu mestre, Antístenes, de demonstrar a virtude não com palavras ou discursos mas com ações. [3]

Teriam os Cínicos alguma ligação com Jesus? Certos estudiosos respondem afirmativamente, sendo John Dominic Crossan o mais famoso defensor desta visão. Segundo ele,

"O Jesus histórico, era então, um Cínico Judeu do campo. [...] Sua estratégia, implicitamente para ele mesmo e explicitamente para seus seguidores, era a combinação de cura grátis e alimentação comunal, um igualitarismo religioso e econômico que negou de uma vez tanto as convenções hierárquicas e patronais da religião Judaica e [do] poder Romano." [ênfases do autor][4]

De fato, Jesus e os Cínicos tinham em comum a convivência com pessoas segregadas da sociedade, usando até mesmo de expressões similares para justificar isto:
E Jesus, tendo ouvido isto, disse-lhes: Os sãos não necessitam de médico, mas sim os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores ao arrependimento. (Marcos 2:17; estou usando o Evangelho de Marcos aqui, pois o próprio autor faz referência à ele depois)
E os Cínicos:
"O médico, sendo produtor de saúde, não exerce sua ação entre os sãos." [5]

Se, de fato, os Cínicos tiveram uma participação no cristianismo, devemos encontrar mais similaridades entre ambos além do igualitarismo. Já vimos que duas são as principais características do Cinismo: autarquia e cosmopolitismo. Será que existem evidências de que Jesus, no Evangelho de Marcos, apoiava essas duas atitudes?

Vamos voltar nossos olhos inicialmente para a autarquia. Parece ser uma ordem de desprendimento de bens materiais os seguinte textos:
[Jesus] Chamou [a si] os doze, e começou a enviá-los a dois e dois, e deu-lhes poder sobre os espíritos imundos, e ordenou-lhes que nada tomassem para o caminho, senão [somente] um bordão; nem alforje, nem pão, nem dinheiro no cinto; mas que calçassem alparcas e que não vestissem duas túnicas. (Marcos 6:7-9)
Isto é um conjunto de recomendações para uma viagem dos doze discípulos pelas cidades judaicas, para anunciar o Evangelho, curar enfermos e expulsar demônios (cf. vers. 12-13). Entendidas nesse contexto, essas ordens podem significar somente medidas de fazer com que a missão fosse cumprida com urgência e rapidez. [6] Bruce Griffin, um estudioso do Novo Testamento, dá outra interpretação que inviabiliza a de autarquia:

"Mas aqui há um paralelo bem melhor da Mishná Berakhoth 9.5:

Um homem não deve se comportar inadequadamente enquanto está de frente ao Portão Leste [do Templo] quando olha em direção ao Santo dos Santos. Ele não pode entrar dentro do Monte do Templo com seus servos ou sua sandália ou seu alforje, ou com terra sobre seu pé, nem ele pode fazer disto uma caminhada; tampouco ele pode cuspir aqui.

Então as instruções da missão dadas por Jesus, longe de serem derivadas de prática Cínica, podem ser lidas como uma parábola simbólica do movimento de Jesus como um novo templo. Isto explica porque os discípulos são instruídos a balançar a areia para fora de seus pés ante aqueles que rejeitam a mensagem: estes que rejeitam a mensagem estão fora do templo, enquanto aqueles que a aceitam estão dentro do templo e não podem carregar a areia dos descrentes com eles.(Marcos 6: 11; Lucas 10:11; Mateus 10:14)" [7]

E Pedro começou a dizer-lhe: Eis que nós tudo deixamos e te seguimos. E Jesus, respondendo, disse: Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, [ou] irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho, que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, com perseguições, e, no século futuro, a vida eterna. (Marcos 10:28-30)
Mais um indicador de autarquia? Não tão rápido. Jesus enfatiza o desapego ao conforto por amor à Ele e ao Evangelho. Ou seja, deixar todos os bens é uma prova da fidelidade do cristão, não um caminho de retidão. Algo que anula qualquer hipótese de autarquia aqui é a promessa de cem vezes mais o que foi renunciado, "já neste tempo", algo ilógico se a solução estivesse na ausência de bens como pregavam os Cínicos.

E o cosmopolitismo? Não há nada que sequer sugira tal coisa no Evangelho de Marcos. Muito pelo contrário, Jesus incentiva a obediência às autoridades terrestres, vide:
E, chegando eles, disseram-lhe: Mestre, sabemos que és homem de verdade, e de ninguém se te dá, porque não olhas à aparência dos homens, antes, com verdade, ensinas o caminho de Deus. É lícito dar o tributo a César ou não? Daremos ou não daremos? Então, ele, conhecendo a sua hipocrisia, disse-lhes: Por que me tentais? Trazei-me [uma] moeda, para que [a] veja. E eles [lha] trouxeram. E disse-lhes: De quem é esta imagem e inscrição? E eles lhe disseram: De César. E Jesus, respondendo, disse-lhes: Dai, [pois], a César o [que é] de César e a Deus, o [que] é de Deus. E maravilharam-se dele. (Marcos 12:15-17)
Além do igualitarismo, não há mais semelhanças entre Jesus e os Cínicos. E a igualdade de todos os homens não precisa necessariamente ter uma origem Cínica, trata-se de algo que surgiu independentemente em vários tempos da história humana.

200 A.C. - Por sua vez os filósofos Estóicos defendem que a virtude, a razão e as leis naturais são o caminho para controlar as emoções e atingir a paz espiritual. Eles defendem não só as crenças, mas todo um estilo de vida ASCÉTICO. Este é o estilo de vida de quem deixa os bens materiais para se dedicar a estudar a espiritualidade.

Novamente, parcialmente correto. Os Estóicos cultivavam a virtude e uma vida cheia de moderação, não de ascetismo. Ao contrário dos cínicos, eles não visavam deixar a vida material -- muitos estóicos eram homens de posses, como Sêneca, e até mesmo um imperador, Marco Aurélio, era um deles. [8]

20 A.C. a 50 D.C. - Philon de Alexandria (ou Fílon), filósofo judeu e grego nascido no Egito, escreve sobre como o Judaísmo deveria se mesclar como a filosofia Grega, partindo do Estoicismo. Curiosamente, este homem que vivieu exatamente na mesma época que Jesus jamais menciona a existência dele. Philon demonstra como os povos antigos já discutiam as filosofias dos povos vizinhos e tentavam criar sincretismo religioso.

Tudo certo, exceto por dizer que Fílon deveria citar Jesus. Fílon nunca se ocupou de escrever história, seus livros relatavam interpretações alegóricas dos livros do Antigo Testamento, como os filósofos gregos faziam.

10 D.C. - Philon descreve os Terapeutas (Therapeutae), grupo que vivia no Egito de modo ASCÉTICO no deserto, de forma casta e simples e se consideravam os "médicos das almas". Abandonavam as posses e passavam os dias lendo as escrituras. Exatamente o estilo de vida que a Bíblia fala que Jesus tinha. Semelhante a este grupo, surgiu na Judéia o grupo dos Essênios.
O estilo de vida dos Terapeutas e dos Essênios era sem dúvidas ascético, porém não ao estilo de Jesus. Esses grupos se recolhiam em grutas isoladas, onde se dedicavam a estudar um conjunto de Escrituras (as já usadas pelos judeus e algumas exclusivas do grupo), e praticar uma rígida conduta da Lei Mosaica (alguns Essênios evitavam até urinar e defecar ao sábado, os Terapeutas eram celibatários). [9] É diferente de Jesus, que viajava por várias cidades ensinando e fazendo milagres. Este estilo de vida de Jesus se assemelha muito ao de outros judeus do século I como Hanina ben-Dosa e não aos Terapeutas ou aos Essênios. Alguns autores, como Pseudo-Dionísio, compararam os Terapeutas com os monges cristãos, não com Jesus. Mas estas descrições diferem em certos pontos da Fílon:

  • Interpretando o nome "Therapeutae", Fílon o liga ao ato de curar. Os Terapeutas estavam curando tanto o corpo como a alma ao se separar dos maus costumes existentes nas cidades. Já Pseudo-Dionísio diz que o nome significava "servidores", uma referência ao ato de que os Terapeutas se separavam para se dedicar inteiramente à Deus.

  • Fílon diz que os Terapeutas eram louváveis devido ao seu estilo de vida. Já Pseudo-Dionísio os engrandece pela sua dedicação e amor à Deus.

  • Enquanto na descrição de Fílon, os Terapeutas são totalmente separados de qualquer outra organização externa, para o Pseudo-Dionísio eles eram instituídos pela autoridades eclesiásticas cristãs.

Dessa forma, provavelmente o objetivo de ligar os Terapeutas aos monges cristãos era prover a estes uma origem antiga e confiável, não um fato historicamente verdadeiro. [10]

40 D.C - São Paulo de Tarso escreve "Epístola aos Romanos", o livro mais antigo do Novo Testamento. Ele fala de visões que ele tem do filho de Deus que é sacrificado para salvar os homens no mundo espiritual. Em nenhum momento ele menciona a existência física de Jesus. Supostamente Pedro também tinha essas visões, mas não deixou nada escrito sobre elas. Eles eram os "médiuns" da antiguidade.

Vários erros aqui. Primeiro, praticamente todos os estudiosos datam Romanos pela metade da década de 50 d.C., não em 40 d.C.; segundo, esta Epístola não é considerada o mais antigo documento do Novo Testamento, mas outras Epístolas Paulinas como 1 Tessalonicenses e Gálatas são datadas do começo da década de 50, anteriores à Romanos. Terceiro, a afirmação de que Paulo em suas Epístolas não representa Jesus como um personagem histórico e somente como um ser contemplado em visões é absurda (Isso cheira a Earl Doherty, em minha opinião o segundo maior argumentador da hipótese "Jesus Nunca Existiu".)

Vou retirar algumas citações das sete Epístolas aceitas como genuinamente Paulinas por praticamente todos os estudiosos, sejam convervadores ou liberais: Romanos; 1 e 2 Coríntios; Galátas; Filipenses; 1 Tessalonicenses e Filemon:

  • Paulo diz que Jesus havia nascido de uma mulher judia, sob a lei judaica, na família de Davi:
    mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, (Gálatas 4:4)
    acerca de seu filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne, (Romanos 1:3)

  • Relata que Jesus tinha irmãos:
    Não temos nós direito de levar [conosco] uma esposa crente, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas? (1 Coríntios 9:5)
    E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor. (Gálatas 1:19)

  • Que ele tinha doze discípulos:
    e que foi visto por Cefas e depois pelos doze. (1 Coríntios 15:5)

  • Que instituiu uma ceia, e logo após foi traído:
    Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que
    é partido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, [tomou] o copo, dizendo: Este copo é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim.
    (1 Coríntios 11:23-25)

  • Que foi crucificado:
    Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós, porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; (Gálatas 3:13)
    e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz. (Filipenses 2:8)

  • E fala de sua ressurreição, relatando o testemunho de outras pessoas:
    Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, (1 Coríntios 15:3-4)

Essas citações deixam bem claro que o Jesus retratado nas Epístolas de Paulo é um homem literal e não um ser fantasioso ou meramente espiritual.

41-54 D.C. - O Império Romano invade a Judéia durante o reinado de Claudio. Os Judeus ficam horrorizados com a forma que os Romanos adoram a um homem, o imperador, como um deus. Os Judeus devem ter começado a se perguntar onde estaria o "Messias" que os salvaria, prometido há tanto tempo pelo profeta Daniel. Os judeus começam a diáspora, ou seja, começam a se espalhar pelo mundo.
Os Romanos começaram a invadir a Judéia bem antes de Cláudio, por Pompeu, em 63 a.C., através de um sistema similar ao atual protetorado: foi instituído um rei que executava as ordens romanas -- no caso, Antípatro (pai do rei Herodes o Grande). A diáspora, por sua vez, se dá em 70 d.C., com a destruição de Jerusalém pelos romanos, em resposta a uma revolta judaica. Os judeus foram expulsos da Palestina e se espalharam pelo mundo. [11]

70 D.C. - Marcos escreve o primeiro Evangelho. Basicamente ele pegou as visões de Paulo e criou um personagem de vida ASCÉTICA ao qual ele chamou de Jesus Cristo, que teria vivido anos antes. Uma boa maneira de se aproveitar dos judeus que se distanciavam de sua terra natal, sempre esperaram por um salvador e estavam insatisfeitos com sua religião do deus Jeovah, que não fez nada para impedir os romanos de invadirem sua terra.
A "criação" de Jesus por Marcos tem duas condições para ser verídica, segundo o próprio texto: o retrato de um Jesus que era unicamente imaterial por Paulo; e a similaridade do estilo de vida de Jesus retratado no Evangelho aos vários grupos ascéticos descritos anteriormente. Como já vimos, ambas são falsas. Então, a "Cronologia da criação do Cristianismo" que foi avaliada aqui mostra-se, quando confrontada com dados sérios, inverídica.

Mas ainda não acabou. Há uma "parte dois" desse artigo no mesmo blog. Pretendo avaliá-la também, assim que tiver mais tempo e Deus me permitir.

[1] Mondolfo, Rodolfo. O Pensamento Antigo. São Paulo. Editora Mestre Jou. Páginas 164-171.

[2] Nicola, Ubaldo. Antologia ilustrada de filosofia: das origens à idade moderna. São Paulo. Globo, 2005. Páginas 100-102.

[3] "E a virtude consiste em obras e não tem necessidade de muitos discursos nem muitas ciências." (Diógenes Laércio, VI, 2, 2, 70-71, apud Mondolfo, op. cit., Página 167.)

[4] "The historical Jesus was, then, a [i]peasant Jewish Cynic[/i]. [...] His strategy, implicitly for himself and explicitly for his followers, was the combination of [i]free healing and common eating[/i], a religious and economic egalitarianism that negated alike and at once the hierarchical and patronal normalcies of Jewish religion and Roman power." (John Dominic Crossan, The Historical Jesus: the Life of a Mediterranean Jewish Peasant, San Francisco: HarperCollins, 1991.)

[5] Diógenes, em Stobeo, Flor., 13, 25; apud Mondolfo, op. cit., Página 171.

[6] Braga, James. Como Estudar a Bíblia. São Paulo. Editora Vida. Páginas 108-109.

[7] "But there is an even better parallel from the Mishnah Berakoth 9.5:

A man should not behave himself unseemly while opposite the Eastern Gate [of the Temple] since it faces toward the Holy of Holies. He may not enter into the Temple Mount with his staff or his sandal or his wallet, or with the dust upon his feet, nor may he make of it a short by-path; still less may he spit there.


Thus Jesus’ mission instructions, far from being derived from Cynic practice, can be read as an enacted parable of the Jesus movement as a new temple. This explains why the disciples are instructed to shake the dust off their feet before those who reject the message: those who reject the message are outside the temple, while those who accept it are inside the temple and cannot carry the dust of unbelievers with them (Mark 6: 11; Luke 10:11; Matthew 10:14)." (http://www-oxford.op.org/allen/html/acts.htm)

[8] Nicola, op. cit., Página 111.

[9] Cabral, J. Introdução Bíblica. Rio de Janeiro: Universal, 1997. pg 294; Josefo, Antigüidades, 18, 1, 5.; Artigo da Jewish Encyclopedia "Essenes". (disponível online em http://www.jewishencyclopedia.com/view.jsp?artid=478&letter=E);

[10] http://www.orthodoxresearchinstitute.org/articles/patrology/scouteris_theraputae.htm

[11] Cabral, J. op cit, Página 144; Garcia, Eduardo. História da Civilização. Volume 1. São Paulo: Editora Egéria, 1978. Páginas 211 e 217; Vicentino, Cláudio. História Geral. São Paulo: Scipione, 1997. Página 42.